Beatriz, do Compulsão Diária, comentando o texto sobre Closer, que ela me ajudou a escrever, comentou: “Afinal, pobres personagens numa cultura do narcisismo que já beira a da perversão… No way out, you know?”
Pois é, não sei se tem volta…
Acho que sim, mas quando – e para quem?
Não para nós, certamente – que por isso, graças a Deus, temos que nos contentar com a única e verdadeira revolução: aquela íntima, pessoal, silenciosa, feita de incontáveis fracassos e insônias, anônimos triunfos, iluminações incomunicáveis, dúvidas cada vez mais apuradas e uma nobre, nobilíssima indiferença a tudo que é mundano e transitório – mas que aos olhos dos que se imaginam vencedores parece ser a única verdade.
Poder rir disso é mais que um consolo, é um refinadíssimo prazer.
Então, a amizade corrige a trama mortal da paixão – melhor dizendo, por que não, do amor?