Bobinha, bobinha… Bobíssima! De tão contente e amorosa. Um presente de Natal. Imenso e abstrato quadro que desenho para uns olhos. Uma fotografia de lambe-lambe…
Bom, e não tem nada mais carioca do que distinguir dois amores complementares e simétricos – o amor-praia e o amor-praça. Confesso, vaidoso: gostei disso. Amor tem que ter praia e praça. Tem de ser praia e praça… Por uma geografia do amor. Fazer mapas amorosos como se fazem mapas astrológicos e mapas de metrô. A cidade imaginária onde mora o meu amor. Aqui a praça, ali praia, mais adianta a casa, as ruas… Rua da Aurora, Rua do Silêncio, Praça da Felicidade, Praia do Amor… Enfim, a cidade imaginária e singular que os amantes se constróem e onde vivem sua história, eterna história, na paisagem do tempo. Todo amor tem sua geografia, cada amor é um mapa. E os mapas do amor vão construindo primeiro cidades, depois países.
“Meu mundo é o mundo, meu mundo envolve o mundo, meu mundo está no mundo.”
Imagine que esses são os eixos do mundo e que de súbito você toma consciência deles, você os vê como alguém que conhece o desenho dos astros vê o céu não como caos, mas como cosmos. Isso é o êxtase, o máximo momento desse geografia, desse esforço cartográfico.