Dois e-mails

“O Djalma Santos, outro monstro do futebol mora lá na minha cidade em Minas, Uberaba.
Tempos atrás estava em um banco, enfrentando aquela básica fila quando vi mais à frente ele, o clássico dos clássicos…o eterno lateral direito do Palmeiras e da seleção brasileira…jogador que povoou o meu imaginário de garoto nas peladas, nem tão peladas assim, pois eram campeonatos organizados…exemplo de ser humano…Achei uma ingratidão ele estar alí na fila…não podia…ele que já fez tanto pelas nossas alegrias e não era reconhecido por um mísero gerente ou caixa de banco. Mas ele lá, firme na sua humildade…esperou a sua vez, foi atendido…e saiu. Quando passou perto de mim não pude me conter, sai da fila…me aproximei dele e falei para ele da minha alegria em poder encontrá-lo, ficar perto de um mito, e contei rapidamente da importância dele para mim e para a molecada que o via jogar. Ele, que já deve estar acostumado com isso, me ouviu com paciência, falou um pouco sobre o futebol atual, me deu um autógrafo, e partiu…seguindo anônimo pelas ruas de Minas…Senti uma alegria em seus olhos em ser reconhecido…”

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“Só lamento que você não vá mais cruzar com a Enciclopédia, porque ele agora está morando na Clínica da Gávea, na parte dedicada a idosos, onde o flagrei mês passado.”

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