A crise americana

Eu não entendo nada de economia, mas presumo que a alta passada do Bolsa brasileira, seguida agora de uma queda brusca de 9% em três dias é consequência do esforço dos banqueiros americanos de produzir lucros para cobrir os empréstimos feitos pelo FED ao mercado há seis meses. Esses empréstimos estão vencendo e têm de ser pagos. Os tomadores sabiam disso desde o início e se puseram em campo para “fazer dinheiro”.

Por isso, presumo que em julho e agosto se reptirão as quebras e apertos de instituições financeiras americanas, exatamente como em fevereiro e setembro do ano passado. O FED e os Bancos Centrais europeus estão adotando a estratégia, creio, de ir irrigando o mercado de seis em seis meses, dando fôlego a quem ainda tem pernas para correr e deixando cair que já não se sustenta em pé.

Chegou a hora de pagar. Se eu estiver certo, as bolsas irão cair e o dólar volta a subir – e talvez “para sempre”, até retornar ao seu patamar histórico.

Outra coisa que eu aproveito para repetir: subprime nada mais é do que “programa social privado” – isto é: bancos e instituições financeiras privadas financiando pessoas que – pelas normais de crédito tradicionais – não teriam condição de obter empréstimos. Muita gente – a maioria imigrantes e gent emuit pobre – deve ter aproveitado para se aavancar a vida e a maioria pagou tudo direitinho.

A tal “bolha do mercasdo imobiliário” é resultado, sim, da especulação predatória, típica de mercados abertos e essas crises – que os analistas bocós tratam como se fossem “surpresas” que fazem “tremer” os investidores – são oportunidades de excelentes negócios onde os mais fortes aproveitam para engolir os mais fracos. O FED entrou na brincadeira para proteger, claro, os inadimplentes num ano eleitoral e também para colocar um mínimo de ordem na luta dos grandes predadores.

Repito: não entendo nada de economia, mas é assim que vejo as coisas.

2 Comentários

  1. Acreditar que a economia americana depende essencial ou exclusivamente de sua indústria bélica é ingenuidade. A economia americaca é do tamanho da soma das economias alemã, japonesa, inglesa e chinesa. E quase se poderia colocar a francesa também. Isso sem falar no que nós gostamnos de chamar aqui de “economia informal’ para engrossarmos o nosos caldo. Pois imagine lá, o quanto deve girar na mão dos imigrantes ilegais, tráfico, etc..?O erro é pensar a América sob o ponto de vista caduco do marxismo – um “sistema” que talvez se aplique à Europa do século 19 (apesar de fundamentalmente falso).A Europa é incapaz de compreender a América basicamente pq o problema da propriedade fundiária não se aplica ao Novo Mundo.A Europa com seus (ainda!) conflitos “raciais” não entende que a América é um contrato, um livro: a Constituição Americana. A Adesão a esse contrato é que faz um americano – e nada mais.A América não vai quebrar. E quem vai salvar a América? Como sempre, os milhões de imigrantes que têm dinheiro cash. E que são “americanos doentes” – torcedores que vestem a camisa porque conhecem o que é miséria e opressão em seus países de origem.Claro, a torcida antiamericana é enorme. E favorece a quem? As “democracias” russa e chinesa… rsA plasticidade da sociedade americana ainda não foi sequer suficientemente entendida, mas como disse o Elio Gaspari outro dia “O mercado, ao contrário da roubalheira e do aparelhamento do Estado, é uma coisa essencialmente boa. Os países que seguiram sua dinâmica prosperaram. Os que tiveram idéia melhor arruinaram-se.”E, claro, vão continuar se arruinando.

  2. Tu dizes não entender nada de economia, mas parece apreciá-la… O cenário econômico anda, de fato, bastante interessante, e cada vez mais complexo. Mas ainda obedece a certas leis fundamentais, quase físicas. No caso das bolsas de valores, quando uma empresa decide ofertar ações, e desta forma captar dinheiro para se financiar, oferecendo em troca parte de si mesma, o que motiva investidores a comprar tais ações é a possibilidade de lucro futuro, antevista por eles. O lucro poderá vir sob a forma de dividendos, ou sob a forma de incremento do valor pago pela ação, quando a empresa é lucrativa. Quanto mais pessoas estiverem interessadas naquela específica ação, maior será o valor pelo qual ela será negociada. O oposto ocorre quando a empresa dá prejuízo. Numa tentativa de reaver parte do dinheiro investido, as pessoas tentam vender as ações enquanto podem, e quanto maior a oferta, menor o valor negociado. As bolsas são constituídas por ações de empresas de inúmeros setores, e por mais que alguns setores estejam indo muito mal, como no caso da bolha das empresas dot-com, no final dos anos 90, o efeito de uma crise normalmente não afeta todos ao mesmo tempo. No caso da bolha do setor imobiliário, que está geograficamente localizada nos EUA, muitos bancos e grupos econômicos, como Citybank e outros, têm declarado prejuízo, o que faz com que as ações destes grupos caiam. O Brasil, apesar de só negociar ações de grupos nacionais, acaba sendo afetado pelas bolsas internacionais por causa de um fator peculiar ao mercado financeiro, que é a rapidez das informações e o clima de contágio que existe.Então, neste sentido, concordo contigo quando dizes que as bolsas irão cair (continuarão a). Porém, o valor da moeda de um país está atrelado a uma série de outras variáveis, principalmente, a quantidade de riqueza que é gerada em um país. A tática americana de enriquecimento e alavancagem da economia baseada na indústria bélica é bastante conhecida, e utilizada por vários presidentes, de Roosevelt a Bushs. Ela, todavia, é cada vez mais criticada e no caso do Iraque, se mostrou extremamente desumana. Os próprios gastos governamentais com a guerra já alcançam a casa dos trilhões, e o governo Bush só fez endividar o Estado. O dólar está em queda permanente, assim como a própria economia americana, porque as riquezas geradas por aquele país já não expressam o preço da moeda. O déficit público, o desemprego, e mais a bolha imobiliária não vão ser facilmente superados, e o preço do dólar, portanto, não vai se recuperar. O tombo deles só não é maior porque os papéis da dívida pública estão nas mãos dos investidores chineses. Mas até quando os chineses vão segurar os papéis “podres” não se sabe.

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