Sob o título acaciano “A crise deve resultar numa fase de maior regulação”, o colunista da Folha Josias de Souza bateu um recorde ao reunir num post curto a maior coleção de bobagens escritas sobre a crise econômica americana. Obra de gênio! Leia o texto
As primeiras linhas deixam antever o que virá:
“O futuro é como tela virgem diante do pintor. Sabe-se que, do branco brotará uma pintura. Entre um traço e outro, pode-se arriscar um palpite: vai ficar feia. Ou bonita. Mas nem ao artista é dado adivinhar os contornos finais da própria obra. Não antes dos últimos movimentos do pincel.”
Não sei se o que vai em negrito vale para a boa arte em geral, mas certamente resume o que vem pela frente. Não quero estragar o prazer da leitura do texto, portanto saltarei para o final, onde o autor se esmera na exibição de toda sua grandeza:
“O diabo é que agora já não há nem mesmo o contraponto da visão marxista de uma sociedade voltada para o bem-estar, em detrimento do lucro. Faliram também as utopias. Em meio à falência também das utopias, o capitalismo tampouco foi capaz de prover uma resposta a Marx.”
Não creio que Josias seja um homem simples, então acredito que só a complexa mistura de má intenção, desconhecimento e cegueira pode levar alguém a associar capitalismo = lucro e socialismo = bem-estar.
Não há sequer o amparo da história para demonstrá-lo. E basta olhar ao redor, em casa mesmo, para entender de onde o capitalista extrai seu lucro: da óbvia e crescente promoção do bem-estar em escala planetária.
Essa é a resposta do capitalismo a Marx. Mas para Josias ela não é suficiente.