Máximas (ou o máximo que eu consigo)

Perguntam por que não escrevo. Escrevo. Mas é tudo impublicável. Coisas íntimas demais que não quero ver expostas. Coisas que ficam na cozinha. Talvez por isso seja necessário recorrer à ficção: a ficção como uma espécie de pudor.

Alguém disse que a hipocrisia é o tributo que o vício presta à virtude.
Nesse caso,  a ficção é a deferência que o realismo faz ao pudor.

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Reparo que mesmo quando escrevo para mim, capricho, procuro ser o mais claro, econômico e preciso possível. Quero a verdade quando escrevo. E isso implica a combinação não só dos sentidos das palavras como também de sua sonoridade. Mesmo que elas soem apenas para mim (e ainda bem, porque a verdade dói, às vezes).

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beleza e eficiencia.
a beleza da dança, a eficiencia da luta.

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nunca mais é o infinito em negativo
é a negaçao eterna

5 Comentários

  1. Mas nao eh na cozinha onde mora o que hah de mais saboroso e/ou nutritivo? Deve ser de lah mesmo que vc se reinventa todas as vezes que escreve.

  2. Como??? Mentindo, seu bobo!!! 😛 “Mentiras sinceras me interessam” Mas achei interessante isso do avesso infinito… 🙂
    Pois é… um bom exemplo é capoeira. Mas eu pensei também em outras danças… outras lutas. Mas assim… se não promete, pelo menos promente. rs… xD

  3. Capoeira é isso ou a isso se pretende: conjugar a beleza da dança e a eficiencia da luta.

    Obrigado pelos elogios, mas não dá pra prometer nada. “Para sempre” é só o avesso de “Nunca mais” – como então prometer o infinito?

  4. Beleza e eficiência… Poderia ser assim?

    A beleza da luta… porque lutas podem ser belas.
    A eficiência da dança… porque dançar com eficiência traz beleza.

    Negação eterna. Eu adorei isso do “nunca mais”… Assim, sempre depois de um nunca mais… infinitos pontinhos…

    Ahhh… quem dera ter com palavras ao menos um mínimo do seu máximo!!! É macio… me encanto por pensar, muitas vezes, que palavras não se entregam a qualquer um… existem os escolhidos. Você é um deles. Não para de dançar com elas… Nunca!!! Promete?! 😉

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