Flores

E então vieram as flores… Quando os coraçõezinhos cor-de-rosa já cumpriam seu destino de ir desaparecendo aos poucos, murchando devagar e discretamente, sem dor nem alarde, o vigoroso perfume dos lírios tomou conta da casa, me enchendo de uma espécie rara de esperança, que não se lança para frente, mas se enraiza firmemente no agora.

(Porque eu preciso tanto acreditar em mim que essa é a única esperança que me cabe. E que ela tenha em você a origem, me alegra e comove. Pois, que tenho eu te dado, afinal, em troca da preciosa esperança que me sustenta? Me falta tanto nessa hora, que nem vejo se tenho sido um bem ou um fardo, cego da escuridão que em mim de mim me oculta e abisma. O que sou? Sou algo que é seu e você mantém com tanto afinco. Sou flor, no árido chão de mim; sou vela acesa em meio ao vento; sou esse coraçãozinho fugaz, que vai murchando com o tempo. E no entanto, você… e eu persisto)

(continuação de Corações cor-de-rosa)

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