hipótese:

A Copa do Mundo prova que em ao menos um aspecto essencial o nazismo especificamente e o populismo totalitário em geral, perderam feio: a idéia de raça pura. Ainda tem gente brincando de engenharia social a valer, mas acabou aquela história de todos branquinhos, ao menos no ocidente judaico-cristão greco-romano europeizado. No Oriente e na África, os pontas de lança dessa miscigenação são a África do Sul e o Japão, suponho.

A Holanda ainda é a Companhia das Índias – um luxo de misturas! Se não fosse tão fria, seria o lugar onde eu moraria, com certeza. E até a Dinamarca tem seu mulato, o excelente zagueiro a quem injustamente se imputou o gol contra. No fundo, se a gente pensar “pureza” é sinal de “pobreza” e “isolamento”. Nada contra a solidão e a frugalidade que são inclusive o caminho do meio de que falam todos os sábios do comportamento humano. Mas para a civilização, o desenvolvimento da humanidade, para o cumprimento do pacto natural com a vida que todo animal tem, o homem precisa da mistura, dessa maravilhosa mistura.http://www.cafeimpresso.com.br/wp-admin/edit.php

O que mais me irrita no conceito de cotas raciais aplicadas ao Brasil é exatamente isso:o grande barato do Brasil é a mistura.O modo como a mistura se dá no Brasil é uma coisa única, que nos distingue. Adoro repetir que eu “desconfio” que o Brasil é a maior unidade linguística que já existiu na história conhecida da humanidade. Não acredito que tenha existido uma outra extensão territorial tão vasta falando uma mesma língua antes. Uma língua só.

(Não falo de lusofonia, anglofonia, etc – falo de país mesmo, gente sob a mesma lei, a mesma língua, etc. Não saia repetindo isso por aí tipo “eu li que…” – mas acho que isso daria um bom trabalho escolar ou universitário: “Será o Brasil a maior unidade territorial-lingupística da história da humanidade?”)

A unidade americana, por exemplo, é dada por aquele livro, a Constituição. A nossa unidade se deu, acredito, em torno da língua. Ao sacralizar o indivíduo – na cristalização de um esforço espiritual de quase cinco mil anos – a Constituição americana também dificulta a mistura – como se vê nitidamente na história dos Estados Unidos: eles custaram a se misturar e tem sido um esforço – intelectual mesmo. Eles são “da escrita”. O Brasil é oral – no sentido da fala, do canto, da comida, do “papo”, do “jeitinho”, etc. E nós, Brasil e Estados Unidos, somos a “grande novidade” do “mundo novo”. Na verdade, no novo mundo, falam-se três idiomas: português, espanhol e inglês. (Há o francês no Canadá e no Caribe, mas nada comparado. Calculando por alto, somos 190 milhões falando portugues, um outro tanto falando espanhol

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