Se hj descartes nos soa ingênuo, teatral ou alegórico na fundamentação detalhada de seu ceticismo é exatamente poque, a partir de descartes e por causa dele e de seu método, esse mesmo ceticismo, tão perigoso naquela época, banalizou-se – e, portanto, se enfraqueceu, se derretendo num niilismo desconfiado e supersticioso, num “relativismo historicista”.
O vigoroso ceticismo, que só admite o sobrenatural quando todas as contraprovas se esgotam, inúteis – porque sabe que a existência de leis já é prova da existência de deus, e não o contrário – o vigoroso ceticismo, que pede não emoção, mas provas, esse ceticismo original, se perdeu, exatamente porque venceu.