A proximidade de Jesus das mulheres talvez se explique pelo amor incondicional que Ele prega, “amor de mãe” – portanto, feminino. Incondicional no sentido de (como ressalta sempre o Paulo Brabo) “absolutamente inclusivo” porque alcança igualmente os pecadores mais explícitos (mas que, por isso mesmo, fustiga aqueles que produzem as regras de exclusão tão caras aos fariseus).
Jesus rejeita o poder incondicional que Satanás lhe oferece e escolhe o oposto, o amor incondicional – e por isso mesmo, descumprindo todas as regras tratando como iguais samaritanos, centuriões, prostitutas, leprosos, coletores, adulteras, enfim, todos os desprezados – e vai morrer entre criminosos.
Scorsese em “A Última Tentação de Cristo” capta a densidade desse percurso, dessa escolha.