tradução

Para você, inadiavelmente, esta tradução – precária como todas as traduções – do poema de de Borges postado mais abaixo:

O que posso partilhar com você?
Eu ofereço a você ruas estreitas, auroras desesperadas, a lua dos tortuosos subúrbios.
Eu ofereço a você a amargura de um homem que longamente tem contemplado a solitária lua.
(…)
Eu ofereço a você o que de iluminação possa haver em meus livros, o que de hombridade ou humor em minha vida.
Eu ofereço a você a lealdade de um homem que nunca foi leal.
Eu ofereço a você o cerne de mim que de algum modo salvei. O centro do meu coração que não joga com palavras, não trafica sonhos e não é tocado pelo tempo, pela alegria, pelas adversidades.
Eu ofereço a você a memória de uma rosa amarela vista ao amanhecer, muitos anos antes de você nascer.
Eu ofereço a você explanações sobre você, teorias sobre você, autênticas e surpreendentes notícias de você.
 Eu só posso dar a você minha solidão, minhas trevas, a fome do meu coração; estou tentando subornar você com a incerteza, o perigo, a decepção.

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