estrangeiros

…. seremos todos estrangeiros, de passsagem por um mundo às vezes hostil, mas quase sempre indiferente, que só por acaso parece coincidir com nossos desejos e expectativas?

Esse sentimento de uma solidão injusta e incomunicável ao menos às vezes nos assola a todos. E certamente a uns mais do que a outros. Pois há aqueles para quem a língua deste mundo parece impenetrável. Mais do que estrangeiros, esses são como náufragos numa ilha cercada de gente por todos os lados. Gente, sim, mas não igual. E tão imprevisível quanto o mar.

Há também quem simplesmente aceite essa solidão como parte da vida, o contraponto da alegria e do sentimento de ser único. Sim, nunca houve ou haverá outro igual a você ou a mim. Somos todos absolutamente singulares. E não só nós, humanos, como tudo mais à nossa volta. Então de repente a solidão se dissolve numa espécie de êxtase que nos irmana a todo o Cosmos.

E assim se passa a vida, oscilante entre a solidão e o êxtase, faces opostas de um mesmo sentimento, talvez o mais central de todos, que tanto tem inspirado místicos e céticos, poetas e filósofos. E nenhum deles, por mais simpáticos que nos pareçam, tem razão. Porque se somos todos singulares, cada um só pode contar aquilo que vê e sente a cada momento, sem pretender com isso esgotar a verdade ou alcançar alguma síntese universal e definitiva.

Enfim, se somos estrangeiros, às vezes isso nos soará como

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