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Tão delicadas, elas me fazem companhia. Aprendo com elas um amor feito de silêncio que é puro encantamento. Olho, olho, olho… Quisera tudo fossem flores; quisera sempre amar assim. A meu lado, na mesa, elas seguem resolutas na fé de serem flores: astromélias; enquanto eu, tão vacilante em face do mundo muitas vezes estranho à exuberante variedade da vida, tão duro, tão bruto, às vezes – tantas mais do que seria suportável supor – eu, ao lado delas, sigo, querendo alcançar essa certeza, essa fé, que está na flor, no sabiá, na própria chuva que nos acaricia, alimenta ou castiga, indiferente e cega, imprevisível.
O mundo indiferente e a vida cheia de fé – será isso?
“Tanta violência, tanta ternura”.
Valerá perder a vida para ganhar o mundo?
“Munda cor meum ac lábia mea”.
Obrigado!
Lindo,Antonio!
Lembrei…, nem sei ao certo porque, do poema – A Flor do Sonho (Florbela Espanca). Segue um pequeno trecho: “A Flor do Sonho, alvíssima, divina, Miraculosamente abriu em mim, Como se uma magnólia de cetim, Fosse florir num muro todo em ruína.” (…)