As mesmas músicas, as mesmas fantasias, a mesma alegria, feita dos mesmos gestos e intenções, da mesma deselegância bêbada, que confunde grosseria com espontaneidade. E cada vez mais blocos, que se multiplicam iguais, atravancando o trânsito, sujando as ruas e fazendo barulho, muito barulho. Como é triste o carnaval em sua nostalgia caricata de uma inocência idealizada e perdida para sempre.
Resta a pergunta nada poética e que por isso fica melhor aqui: quem vai ter a coragem de fazer a incômoda reportagem: quanto custa – aos cofres públicos – o carnaval de rua do Rio? Porque é óbvio que o milagre da multiplicação dos blocos não se deu apenas pelo amor desinteressado pelo carnaval.