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Sim, é preciso tocar a vida. Não no sentido de tangê-la como se a vida fosse gado arisco, chucro. Mas, no sentido de estender-se até tocá-la, tocá-la delicadamente, com a ponta dos dedos, com as mãos, com o corpo todo, num longo abraço: a vida.
Sim, é preciso aprender a tocar a vida. Eu preciso. E isto não é uma lição de moral ou um conselho pretensamente sábio, mas uma confissão de fracasso. “É preciso tocar a vida, Antonio.”, eu digo de mim para mim, enquanto ouço Bill Evans delicadamente tentando…