Lá estão as fragatas voando pacientemente em círculos no árduo céu sem ventos favoráveis, mas de um azul de limpidez comovente. Sem revolta, num voo exato e tranquilo, elas esperam. E não haver revolta é já uma forma de esperança, me ensinam as fragatas.
Sinto falta da visão ampla, magnífica, desse azul poente que se vai desfazendo em tons de violeta cada vez mais densos até tornar-se noite.
Choro porque a vida é mesmo muito comovente: é tão simples tudo e tão completo. Sim, é preciso aprender a “tocar a vida”: mais do que intenso é preciso tornar-se íntimo.
(foto de Paloma Perez)