Você me pede um poema. Você merece um. Há tanta beleza em você.
Uma força obstinada te anima e contrasta com a fragilidade que se oculta no corpo esguio, mas transparece às vezes nos olhos que brilham, brilham até de tristeza, uma tristeza comovente de tão imensa, porque parece acolher a tristeza de cada um.
É como se você desse vida a tudo à tua volta; como se ao teu contato as coisas sem esforço fossem o seu melhor, que é a perfeição possível a toda criatura. As plantas, as flores, os bichos, as moças tristes nos caixas das lojas, mesmo nossos vizinhos: todos parecem alegrar-se de ver você, de agradar você, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. Querem estar com você, perguntam por você, esperam por você.
Há uma palavra cujo sentido perdeu-se mas que em latim sempre significou amor. Em você ela vibra com todo o esplendor de coisa viva. (E é assim, por meio desses que a exercem com vigor, que o mundo secretamente se sustenta).