De manhã cedo, a lua ainda no céu, imensa e quieta. Tão discreta e mansa que mal se nota, se não se olha para o alto. Mas quem? Só criança – ou velho como eu, que neste 13 de maio, corro para a missa de centenário da aparição de Nossa Senhora – a quem quase ninguém dá bola. Maria, Mãe de Deus, que feito a Lua, lá no alto esquecida (mas imensa), também exige olhos de criança, pois quando apareceu foi a três pastorinhos lá do interior de Portugal que talvez mal soubessem rezar. Não quis o Papa, nem multidões. Nem teólogos, reis ou presidentes. Quis crianças. E isso nos diz (ou deveria) mais do que todos os segredos: é preciso ter olhos de criança, olhos de se maravilhar com a vida ao redor: com as plantas, os bichos, os outros humanos, como nós, que também têm nome, história, coração. Fome, falta de afeto, desconfiança… Pois, onde a fé?
Em verdade, vos digo que se não vos tornardes crianças não entrareis no Reino dos Céus.
E não sou eu quem o diz…