Cheguei quase no fim do encontro inaugural da primeira zona de BookCrossing do Rio, mas gostei muito. O Lunático Café é um lugar interessante e apropriado – porque tem um perfil intelectual, digamos assim, preocupado em oferecer cursos e, presumo, palestras e encontros desse tipo – e as pessoas muito bacanas. Gente que gosta de livro é outra coisa…
Ficou mais ou menos combinado que faremos encontros mensais lá no Lunático e confio no senso de organização da Cris Wolff. Eu levei um Rubem Fonseca, “Ela e outras mulheres” e peguei um Paul Auster, “Timbuktu”.
Mas paras os novos em BookCrossing, um esclarecimento: não se trata de uma troca. Os livros uma vez lidos, devem “voltar para o mundo” para alcançar novos leitores. Devem, enfim, circular, como se pertencessem a uma imensa biblioteca, a “biblioteca de Babel”, idealizada por Borges.
Conheci o Paul Auster num domingo, em 98 ou 99, quando passei por um camelô de livros usados e um título me capturou o olhar: “O inventor da solidão”. Achei a minha cara… O autor era até aquele momento um desconhecido para mim (não por ele, mas por meu permanente anacronismo): um tal de Paul Auster. Comprei o livro e o achei apaixonante a ponto de incluí-lo entre os meus 20 melhores livros lidos.
Ainda não passei das primeiras páginas de Timbuktu, mas o texto já me pegou. Gosto do tom de fábula que Auster dá aos seus textos, ao mesmo tempo, onírico e íntimo. Acho q a palavra que melhor resume o sentimento que ele me provoca é “singeleza”.