Coitadinha, a moça da materia sobre a blogueira cubana deve ser muito novinha… veja o post
Escreve coisas tolinhas, típicas de quem acabou de sair do DCE, mas ainda não aprendeu a checar as informações – sempre. Exemplos:
“Viver em Cuba não é fácil. Por isso mesmo, não deixa de ser admirável que o país mantenha sinais de vitalidade mesmo após a crise dos anos 90 e de quase cinco décadas de embargo econômico. A taxa de mortalidade infantil é de 6 para cada mil nascidos vivos (contra 26 na América Latina), a esperança de vida é de 77,2 anos (72,2 no resto da região) e 99,8% da população adulta é alfabetizada. Os sistemas de saúde e de educação trazem seqüelas do período de depressão econômica, mas ainda funcionam e são gratuitos para toda a população.”
Não peço a repórter que deixe de crer nesses números, mas que revele sua origem. Se me der algum dado que os conteste, melhor ainda.
Da mesma forma:
“Yoani reflete o ceticismo de muitos cubanos com idade entre 20 e 40 anos, um grupo batizado por ela de Generación Y (leia a próxima página), uma alusão aos nomes de sonoridade soviética que, como o dela, são iniciados pela letra Y. São pessoas que não viveram as mazelas de uma Cuba pré-revolução, quando a ilha era explorada por mafiosos e por uma perdulária elite estrangeira.”
Terá ocorrido à repórter ao menos consultar os relatórios da ONU e de outras entidades internacionais sobre as condições de vida em Cuba antes de Fidel?
Não lhe terá ocorrido que a o trecho “as mazelas de uma Cuba pré-revolução, quando a ilha era explorada por mafiosos e por uma perdulária elite estrangeira.” é de um mau gosto melodramático tão grande que até a elite é estrangeira?
Pergunto eu – ou perguntaria Yoani: e a repórter Estela Caparelli por acaso viveu essas mazelas? De onde as conhece?
Ainda assim, o texto da Estela Caparelli é bom. Ela teria conseguido driblar sua falta de independência inteletual se a cumprisse o dever básico do repórter de dar a fonte de seus dados e apurar o quanto eles são ou não contestados.