Lido no contexto da “guerra de informação” travada em Gaza, o artigo de Christopher Hitchens na Vanity Fair ganha uma dimensão ainda mais ponderável – assustadora ou preocupante, segundo os nervos de cada um.
Traduzi o título “Assassins of the mind” para “Assassinos do espírito” porque, no contexto, ‘espírito” me parece mais adequado do que “mente”. Quanto ao tema, a abertura é inequívoca:
“When Iran’s Ayatollah Khomeini issued a fatwa on novelist Salman Rushdie for The Satanic Verses, it was the opening shot in a war on cultural freedom. Two decades later, the violence continues, and Muslim fundamentalists have gained a new advantage: media self-censorship.”
Ou como afirma Hitchens a certa altura:
“We live now in a climate where every publisher and editor and politician has to weigh in advance the possibility of violent Muslim reprisal. In consequence, there are a number of things that have not happened.”
Em parte, a cobertura que a imprensa mundial vem dando ao conflito entre Israel e o Hamas reflete com incômoda clareza o que Hitchens chama simplesmente de medo. Um medo que “sometimes (…) comes dressed up in the guise of good manners and multiculturalism.”