Está passando no Instituto Oi Futuro, aqui no Rio, na rua Dois de Dezembro, no Flamengo, uma das experiências cinematográficas mais bonitas que eu já assisti. Trata-se do longa de 76 minutos “Double Blind”, da francesa Sophie Calle e do inglês Gregory Shepard, feito no longínquo ano de 1992.
Simples, comovente, original, inusitado – “Double Blind” (ou “No Sex Last Night”, como também é conhecido) é o segundo filme que eu gostaria de ter feito – dos muitos que amo. O outro é Feitiço do Tempo.
Não contarei nada da história que é simplícima, quase clichê. Um road movie… Não torça o nariz dizendo “Mais um?” – afinal, não há nada mais parecido com um um filme do que uma estrada.
A beleza dos diálogos e monólogos, o uso originalíssimo das imagens – a tensão permanente entre fotografia e cinema, entre o tempo que corre e a vontade de retê-lo – o andamento falsamente lento que intensifica a poesia do texto, os muitos suspenses que sustentam a atenção – são muitas as qualidades narrativas do filme que é, ao mesmo tempo, documentário e drama, íntimo e intimista.
Depois espero falar mais sobre o filme, mas, em resumo, recomendo a todos assisti-lo – sobretudo aos interessados nas técnicas de narração, seja literária ou cinematográfica.
outra dica de filme:está passando no CCBB, no centro, os filmes do Jacques Tati. Até domingo.Vale a pena.