Tudo tem seu tempo. É tão óbvio, tão antigo dizer… E no entanto, que angústia esperar. E é tão estranho porque na vida tudo é espera. Tudo resulta de um processo. Que é contínuo, no geral, e fragmentado, descontínuo, finito, no que tem de singular. Imagino a árvore e seus frutos quando penso isso. Os frutos nascem e morrem produzindo mais sementes e alimentando a terra que alimenta a própria árvore, até que a árvore morra, não sem antes ter se espalhado, vivido, durado.
No entanto, como é difícil esperar. Esperar é ter esperança. E ter esperança não parece mal. Talvez a verdadeira esperança seja a fé no futuro. E a fé é cega. Já minha esperança é um quadro. Espero que algo aconteça, que um corpo se desloque no tempo e venha ocupar um determinado espaço, uma área muito exata que abarca com largueza as possibilidades de movimento desse corpo. Minha esperança tem pouco de fé e muito de plano, de projeto, de problema. Um problema geométrico que envolve trajetórias, entre outras coisas.
Por isso é difícil esperar. Aguardo resultados, como alguém que tivesse comprado um bilhete ou feito uma aposta.
Será então a imaginação, essa projeção de futuro, o que me “aparta” da Natureza, o que me rebela contra a “ordem natural das coisas”? A imaginação aparentemente me distingue dos outros animais. Digo aparentemente porque os animais e a vida de um modo geral também parecem dotados de inteligência, de uma imaginação capaz de resolver problemas. Soluções que parecem se incorporar ao código genético do que é ser aquele pássaro, por exemplo. Minha imaginação talvez se distinga pela capacidade não só de resolver problemas, mas principalmente pela capacidade de criá-los. Todo problema é também um projeto, uma expectativa de futuro. Somos muito bons nisso de “criar problemas”, seja uma catedral, uma vngança, uma fantasia. “Criar problemas” será minha “segunda natureza”?
rs
Até reli…
Você é violento com as palavras… Ô! Mulheres gostam de surpreender com lingerie. Mas você com as palavras… nunca se sabe. 🙂