O mendigo distribuiu pela mureta da praça uma porção de bugigangas e espalhou entre elas petálas de rosas vermelhas. Tamanha delicadeza contrastava com a sujeira do seu corpo, a expressão desencorajadora e a aparente inutilidade dos objetos expostos. As pétalas eram como um toque sutil de magia que dava aos objetos uma cor e uma força inesperadas, um sentido misterioso que parecia atrair os próprios raios do Sol. Sim, porque nada ali parecia casual, fruto da insânia ou do descaso. Não, descaso e insânia havia ao redor, menos ali, naquela exígua mureta convertida em exposição silenciosa de nossa oculta santidade.
Que bom que suas crônicas estão de volta!
Oi Antonio,
continuo postando os seus artigos no meu face …
Você escreve bonito …
Abraço,
Nelson