madona

A primeira impressão que o quadro me causou foi de uma madona pop, profana, mas ainda assim respeitabilíssima, pela profunda delicadeza e ternura das expressões, da cor e do traço. Profana apenas no sentido de profundamente humana – ou humana na profundidade amorosa que o humano deveria ser – e é, apesar das grossas camadas de brutalidade que lhe acrescentamos, por medo, essencialmente.

A mansa segurança de mãe e filho entregues ao sono, tão intensamente juntos, mas ao mesmo tempo tão distintos, é o modelo do amor carnal que recusamos – desde a besta-freud e sua interpretação tosca da alma humana.

Pena não ter achado o quadro inteiro, porque acredito que isso seja o detalhe principal, o cerne, o centro. Também escolhi a versão que possuía as cores mais suaves (um tanto esmaecidas, talvez).

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