A gravidade produz seus efeitos e já macula a perfeição da rosa: a humaniza. Uma pétala pende em desarmonia com as outras. Ontem, quando a comprei, estavam todas perfeitamente agrupadas num botão. Tentei até fotografá-la, mas não consegui um ângulo que registrasse toda beleza que meus olhos viam. Agora ela já cumpre sua sina de secar e despetalar-se. Mas, impávida, resiste, obstinada e sem revolta. Sem abandono ou fingimentos, a rosa é a rosa em cada instante como se nunca deixasse a eternidade.