Matemática sobrenatural

Chego cedinho para a primeira missa de finados e, conversando com o padre na sacristia, ele me explica que para cada missa assistida hoje por um fiel em estado de graça, Deus concede indulgência plenária a uma alma do Purgatório. Fico admirado com a misericórdia de Deus e sua matemática sobrenatural: em troca de meia hora da atenção de um ínfimo pecador interinamente santo Ele concede a Glória da Eternidade a uma alma ansiosa e triste de arrependimento. Um negócio da China! Porque depois será mais uma alma a rezar por nós no Céu.

Não resisti a apelo tão generoso e fiquei para as três missas.

Fiquei surpreso! O Ordinário é um primor, especialmente a sequência em latim, toda em rimas. E cada missa tem suas leituras próprias, todas belíssimas.

Gostei especialmente desta passagem de São Paulo aos Coríntios:

“Irmãos, vou revelar-vos um mistério: nem todos morreremos, mas todos seremos transformados. Num instante, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta; porque a trombeta soará e os mortos ressuscitarão incorruptí­veis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este este ser mortal se revista da imortalidade. E quando este ser corruptí­vel estiver revestido da incorrupti­bilidade, e quando este ser mortal estiver revestido da imortalidade, então se cumprirá a palavra da Escritura: “A morte foi tragada pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a Lei. Graças, porém, sejam dadas a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo!”