… e não haverá um só banqueiro no céu.
Mas haverá uma multidão de músicos de jazz
– mesmo aqueles que se pensavam ateus ou budistas ou sei-lá-o-quê ou sequer pensavam nisso, imersos em suas viagens – de ácido, de heróina, de maconha, de álcool, muito álcool –
todos serão salvos,
porque tocar é já de algum modo desejar a Deus,
e a misericórdia de Deus é imensa – e será imensa para todos os que O desejaram – e só não poupará aqueles que só quiseram dinheiro e poder, e sempre mais e mais…
Não haverá um só banqueiro,
mas o céu estará repleto de anjos pretos reluzindo a luz dourada de seus metais ou o verniz de seus pianos ao lado dos querubins e serafins, numa jam session sem fim como nunca se ouvira antes em toda a eternidade
– e tudo isso de graça, por pura graça, para horror dos banqueiros ardendo de raiva, lá embaixo…
(porque deste mundo nada se leva a não ser a música que se faz com instrumentos, palavras, braços & pernas, sorrisos e tudo mais que rime ou reluza e faça vibrar o ar e suba, suba, suba, se infiltrando por outras esferas, não exatamente visíveis, mas sensíveis aos que têm olhos para crer e coração para amar toda criatura ao alcance de um abraço…)